Profissionais de peso visitam

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A espanhola Iberdrola fechou ontem a compra da distribuidora de energia Elektro, que atua no interior do Estado de São Paulo.

A empresa pertencia ao fundo britânico AEI (Ashmore Energy International), administrador do que restou do império da antiga Enron, empresa americana que ruiu em 2000 após escândalo de maquiagem de balanço.

O negócio, estimado entre US$ 2,2 bilhões e US$ 2,4 bilhões, de acordo com agências de notícias, sepulta a ambição da rival CPFL, que também opera no interior paulista, de ampliar o seu domínio no Estado.

Com a simpatia do governo federal, a CPFL planejava se tornar uma das maiores distribuidoras de energia do país, ao lado da Cemig.

A Elektro era a última das grandes distribuidoras de eletricidade fora do domínio dos gigantes do setor.

Além da CPFL, a distribuidora paulista foi cobiçada também por Cemig, AES Eletropaulo e pela Neoenergia.

No Brasil, a Iberdrola divide com a Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) o controle da Neoenergia, dona das distribuidoras de eletricidade Coelba (Bahia), Celp (Pernambuco) e Cosern (Rio Grande do Norte), além de várias usinas hidrelétricas no Nordeste.

Para levar a Elektro, a Iberdrola teve de aceitar comprar todas as demais empresas do fundo AEI, que incluem geradoras e distribuidoras de energia e de gás natural na Argentina, no Chile, em El Salvador, no Panamá, na Polônia, na Turquia, no Paquistão e na China. O negócio é estimado em aproximadamente US$ 8 bilhões.



CONFLITO DE INTERESSE

A Previ está ao mesmo tempo nos blocos de controle da Neoenergia e da CPFL, concorrentes que disputavam a Elektro.

Para evitar o conflito de interesse do fundo dos funcionários do BB, cujos conselheiros costumam ficar fora de votações importantes, as negociações conduzidas inicialmente pela Neoenergia foram parar na espanhola Iberdrola.

Analistas acreditam que a Iberdrola vá trazer a Elektro para a Neonergia, ampliando sua participação na empresa e diluindo a da Previ.

Por outro lado, a Previ teria interesse em patrocinar uma fusão entre as rivais Neoenergia e CPFL, que teria um terço da distribuição de eletricidade no país.

A fusão, que contaria com recursos do BNDES, chegou a ser estudada pelo governo federal no ano passado.

(TONI SCIARRETTA)