Profissionais de peso visitam

domingo, 21 de fevereiro de 2010





Após dez anos de expectativas, a fabricante alemã de geradores eólicos Fuhrländer deve finalmente concretizar os planos de ter uma fábrica no Brasil. Nas próximas semanas, a companhia irá anunciar um investimento de R$ 40 milhões para a construção de uma unidade no Porto de Pecém, a 70 quilômetros de Fortaleza (CE). Em um primeiro momento, a ideia da empresa é produzir no local 240 turbinas por ano, porém há planos futuros para a fabricação de pás eólicas, o que demandará um investimento adicional ainda não calculado.

A Fuhrländer chegou a iniciar, em 2004, a terraplanagem do terreno de 12,5 hectares onde funcionará a sua fábrica. Na época, o governo federal lançava o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), indicando que a geração eólica enfim deslancharia na matriz energética nacional. Porém, o programa não avançou e a empresa acabou engavetando o projeto a espera de um momento melhor.


Dessa vez, no entanto, o cenário é diferente. O leilão de energia eólica realizado pelo governo em dezembro último, que resultou na comercialização de 1.805 megawatts (MW), deixou os empreendedores do setor um pouco mais confiantes sobre o futuro do segmento no país. "Estamos há dez anos com escritório no Brasil, observando e esperando o surgimento de um mercado eólico. E acreditamos que essa possibilidade tenha surgido agora, com o leilão", disse o representante da Fuhrländer no Brasil, Bastian Fenner.


Apesar de ter decidido fazer o investimento, o executivo informou que a direção da companhia, na Alemanha, ainda demonstra certa insegurança. O motivo, dessa vez, é o preço médio da energia comercializada no leilão de dezembro, que ficou em R$ 148,39 por MWh. "É muito, muito baixo e traz dúvidas sobre como os projetos serão rentáveis", questionou Fenner, ao lembrar que no Proinfa o governo oferecia R$ 240 por MWh.


Se preocupa alguns, o preço atingido no leilão de dezembro fez a alegria do governo, que já estaria planejando uma nova rodada, possivelmente em junho. A expectativa para o próximo leilão é de que sejam comercializados 4 mil MW de energia eólica e a Fuhrländer pensa em entrar na disputa com projetos próprios. "Pode ser que entremos com um parque próprio, mas ainda estamos analisando", contou o executivo.


O investimento no Ceará foi incentivado por benefícios fiscais oferecidos pelo governo local, e consiste em uma isenção de boa parte do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A empresa alemã também negocia um empréstimo com o Banco do Nordeste para financiar parte do empreendimento, porém não revela o valor da operação.


A fábrica em Pecém deverá ser inaugurada antes do fim do ano e irá gerar cerca de 500 empregos diretos, além de outros 2 mil na cadeia de suprimento. "Pouca gente sabe, mas boa parte das fábricas de geradores eólicos funciona como uma montadora de veículos. A empresa adquire a maioria dos equipamentos e realiza a montagem dentro da sua fábrica", explicou Fenner.


O executivo disse ainda acreditar que o Brasil receberá nos próximos anos uma série de investimentos estrangeiros no setor eólico que, espera, deixará de ser uma eterna promessa.


Fonte:
ADECE






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