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segunda-feira, 27 de setembro de 2010


A energia eólica foi o grande destaque dos certames e terminou vendida a um preço médio de R$ 130,86/MWh. A fonte foi responsável por 78% da energia comercializada - 157.612.680,03 MWh - e sozinha inseriu 2047,8 MW de potência no sistema. As PCHs fecharam a comercialização a um preço médio de R$ 141,93/MWh, representando 9% da comercialização - 18.355.166,32 MWh - e 131,5 MW de potência nova. Já as térmicas a biomassa terminaram vendidas a um preço médio de R$ 144,20/MWh, representando 12,6% da comercialização - 25.507.416,00 - e 712,9 MW de potência nova.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Mauricio Tolmasquim, disse nesta quarta-feira, 1° de setembro, que a energia eólica tornou-se competitiva no Brasil, podendo ser reavaliada a classificação da fonte como alternativa. De acordo com o executivo, esse tipo de geração perdeu o papel de coadjuvante no cenário energético brasileiro e possui boas perspectivas para os próximos anos.

“A energia eólica pode ser definida como antes e depois dos leilões. Antes dos leillões, a fonte era considerada ambientalmente interessante, mas pelo seu custo possuía um papel marginal. Após o leilão, a visão sobre a fonte mudou. É uma fonte competitiva, que pode ter papel relevante na complementariedade às hidrelétricas”, afirmou Tolmasquim, que participou do Brasil Windpower, no Rio de Janeiro.



Segundo Tolmasquim, a queda do preço, que chegou perto dos R$ 120 por MWh nos leilões de fontes alternativas da semana passada, deve-se a uma conjunção de fatores que inclui a modelagem do leilão, que reduziu o risco dos investidores.
Ele também destacou que os quatro anos de prazo para atingir as metas foi benéfico para os investidores. Da mesma forma, Tolmasquim ressaltou a boa estruturação de financiamento e o momento atual do câmbio brasileiro.


O presidente da EPE disse ainda que a recessão internacional fez com que os fabricantes se interessassem mais em mercados em desenvolvimento, como o de energia eólica no Brasil. Tolmasquim acredita que a falta de oferta, principalmente na Europa, está fazendo com que fabricantes instalem-se no país, o que aumenta a competição desse mercado. “O mercado estava a favor do ofertante e agora está a favor do demandante”, avaliou.






Os Leilões de Fontes Alternativas de Energia Elétrica de 2010 (A-3 e Reserva), realizados nesta quarta (25) e quinta-feira (26), resultaram na contratação de 2.892,2 MW de potência instalada. Em volume de energia, essa capacidade corresponde a 1.159,4 MWmédios. No geral, foram contratadas 70 centrais eólicas, 12 termelétricas à biomassa e 7 pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Os 89 projetos receberão investimentos de aproximadamente R$ 9,7 bilhões.



O montante financeiro transacionado nos certames alcançará R$ 26,9 bilhões ao final do período de vigência dos contratos – que variam entre 15 anos (biomassa), 20 anos (eólica) e 30 anos (PCH) de duração. Veja abaixo o resumo dos Leilões de Fontes Alternativas de Energia Elétrica de 2010:


Foram contemplados com os empreendimentos negociados os estados da Bahia 16 empreendimentos (587,4 MW), Ceará (150 MW), Goiás (191 MW), Minas Gerais (21 MW), Mato Grosso do Sul (126 MW), Mato Grosso (20,6 MW), Paraná (19 MW), Rio Grande do Norte 39 empreendimentos(1.064,6 MW), Rio Grande do Sul 10 empreendimentos (245,8 MW), Santa Catarina , todos eólicos.(29,9 MW), São Paulo (356,9 MW), Tocantins (80 MW), todos térmicas a biomassa..

Em entrevista coletiva concedida ao final dos dois Leilões, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética – EPE, Mauricio Tolmasquim, afirmou que os resultados dos certames propiciaram uma quebra de paradigmas no setor elétrico brasileiro. Primeiro, em função de a fonte eólica ter se constituído na mais barata entre as negociadas. Segundo, pelo preço competitivo da grande quantidade de energia contratada proveniente de fontes alternativas.



Tolmasquim afirmou ainda que o Leilão de Energia Nova A-5, previsto para o final do ano, poderá resultar na contratação apenas de fontes renováveis, incluindo aí grandes usinas hidrelétricas. Caso isso ocorra, o volume total de energia elétrica negociado em 2010 seria apenas de origem renovável.

A-3 – O Leilão A-3/2010 proporcionou a contratação de uma potência instalada total de 1.685,6 MW, a partir de um conjunto de 56 empreendimentos que negociaram contratos de compra e venda com 15 empresas de distribuição de energia elétrica. A energia negociada no leilão totaliza 714,3 MWmédios, sendo 643,9 MWmédios de eólica, 22,3 MWmédios de biomassa (bagaço de cana) e 48,1 MWmédios em pequenas hidrelétricas. O preço médio final ficou em R$135,48/MWh.




A energia adquirida no Leilão A-3/2010 será destinada especificamente ao suprimento da demanda de mercado indicada pelas distribuidoras de eletricidade para daqui a três anos. Todos os empreendimentos contratados nesta licitação terão que entrar em operação em 1° de janeiro de 2013.

Reserva – O Leilão de Reserva 2010 contratou 1.206,6 MW de potência instalada. Um total de 33 empreendimentos venderam energia, a um preço médio de venda de R$ 125,07/MWh. A energia negociada no leilão totaliza 445,1 MWmédios, sendo 255,1 MWmédios de eólica, 168,3 MWmédios de biomassa (bagaço de cana)e 21,7 MWmédios em pequenas hidrelétricas.


O Leilão de Reserva contratou um estoque de geração de energia elétrica além do montante necessário para atender à demanda dos consumidores. O objetivo é aumentar a segurança e a garantia de fornecimento de eletricidade no país. Osprojetos de eólica e PCH contratados terão que iniciar a operação em 1° de setembro de 2013. No caso das térmicas à biomassa, alguns projetos poderão começar a gerar um ou dois anos antes desse prazo.

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